Avanços tecnológicos como esse serão debatidos na Brasmin, a Feira Brasileira de Mineração, que começa dia 24/6 no Centro de Convenções PUC II, em Goiânia
Há cerca de um mês e meio, aproximadamente 200 caminhoneiros que fazem o carregamento diário na mineradora Calcário Terra Branca, de Vila Propício, a 230 km de Goiânia, chegam no pátio de expedição com hora marcada pelo whatsapp, sem enfrentar as filas de quase 24 horas que antes se estendiam por até três quilômetros até a entrada da cidade, atrapalhando a vida da comunidade. “Hoje eles esperam no máximo uma hora e a operação de carregamento dura 10 minutos, incluindo a emissão da nota fiscal de transporte”, diz Gabriel Amorim Silva, analista de TI da Terra Branca. “Hoje carregamos cerca de 200 caminhões em turnos de 14 horas, ou um caminhão a cada 4 minutos”, contabiliza ele.
Na mineradora de calcário Calbrax, de Guarani de Goiás, a 500 km de Goiânia, 50 caminhões por dia realizam o carregamento agendado por whatsapp. “Ganhamos segurança e previsibilidade de carga, o que é importante porque a logística tem um peso enorme no custo do produto para nossos clientes”, diz Helena Maria Carvalho Vianna da Costa, diretora executiva da Calbrax. Ela lembra que antes do agendamento, eram 40 ou 50 motoristas e caminhões ao mesmo tempo no pátio da empresa, disputando espaço, prioridade e comodidades. Hoje são no máximo quatro ou cinco simultaneamente e os motoristas desfrutam das instalações sem problemas. “O transportador é um influenciador de venda: se ele é bem tratado na nossa empresa ele sempre volta. Isso ajuda o nosso comercial”, explica a diretora.
Detalhes como esses constituem um “alívio logístico” para as mineradoras e um ganho de qualidade de vida para os motoristas. Bom para os dois lados. “Há oportunidades para ganhos de eficiência e praticidade como esses em todas as áreas da mineração”, indica Fábio Macedo, executivo comercial da Minerion, fornecedora do sistema de gestão específico para mineradoras que inclui o módulo do agendamento de cargas via whatsapp. Ele vai comentar sobre essas e outras novidades tecnológicas na Feira da Indústria da Mineração – Brasmin 2025, que acontece de 24 a 26 de junho no Centro de Convenções PUC II, em Goiânia.
Facilidade e velocidade de carregamento
O sistema Minerion facilita o controle da expedição por parte das mineradoras. Por meio de seu celular, o caminhoneiro faz seu registro original em um número específico de whatsapp da mineradora, indicando nome, placa e a tonelagem do caminhão. Depois, basta enviar por whatsapp o número do pedido do cliente para quem deverá entregar a carga: imediatamente o sistema responde com o dia e o horário do carregamento, dentro de um prazo de 24 a 48 horas do envio da mensagem original do motorista. “Dessa forma, sabemos a capacidade acumulada de carga dos veículos programados para o dia e calculamos o volume de carregamento”, comenta o analista Gabriel Amorim Silva, da Terra Branca.
Tanto na Terra Branca quanto na Calbrax, o agendamento é integrado ao sistema de gestão geral das empresas. “Ao marcar dia e hora do carregamento, o sistema indica o lote de calcário, faz a baixa no estoque e o alinhamento financeiro e contábil”, explica a diretora Helena Maria. “Quando o motorista passa na balança automatizada de saída do pátio de expedição a nota fiscal de carregamento é emitida muito rapidamente”, comenta ela.
Goiás é o terceiro estado na atividade da mineração
Considerada uma “vitrine” para a tecnologia de mineração, a Brasmin reflete a importância de Goiás na mineração, que em 2024 foi o terceiro maior estado na atividade minerária do Brasil , de acordo com os dados da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Ano passado o estado recuperou a posição que já havia sido sua entre 2016, quando ultrapassou o estado de São Paulo, e 2021, quando perdeu a posição para a Bahia.
Com R$ 181,6 milhões arrecadados ao CFEM em 2024, Goiás representou 2,5% da atividade da mineração do Brasil. O percentual parece pequeno, entretanto os números da mineração são “distorcidos” pelo peso das atividades da extração de ferro nos estados de Minas Gerais e Pará. Juntos, esses dois gigantes representam 85% da operação mineral brasileira.
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